
Na hora ele não comprou, mas deve ter passado por lá depois. Em casa, ele tinha um monte de quinquilharias sofisticadas: máquina para balançar relógios de corda, cabide elétrico giratório para guardar gravatas, chão aquecido no banheiro para os dias de frio e por ai afora. Um luxo só!
Luxo e luxúria são palavras com significados diferentes, mas que têm a mesma origem e andam muito próximas. Ambas vêm da palavra luz – do latim lux - e como ela, na medida certa ilumina o nosso dia, mas se for demais, ofusca nossa vida e nossos pensamentos.
O luxo está relacionado à ostentação e esplendor, ao supérfluo, aquilo que agrada sem ser exatamente necessário. No entanto, caso não se tome cuidado, do luxo pode advir a luxúria, o pecado capital daqueles que têm apego excessivo aos prazeres materiais. É aqui que entra o perigo para quem trabalha em vendas.
Ambas vêm da palavra luz – do latim lux - e como ela, na medida certa ilumina o nosso dia, mas se for demais, ofusca nossa vida e nossos pensamentos.
A luxúria em vendas
Em artigos anteriores, abordei temas como ganância, ira, gula, inveja e soberba no dia a dia das empresas. Ao refletir agora sobre a ostentação, muitas vezes tão incentivada na cultura de consumo que nos cerca, penso que quem é vendedor, ou empresário, precisa lidar diariamente não somente com necessidades, mas também com os desejos das pessoas. Somos profissionais que precisamos compreender impulsos, vontades e pensamentos dos outros para conseguir vender.
O fato é que o ato de comprar gera prazer para muitos, e pessoas mais inseguras ou insatisfeitas acabam buscando compensações – em geral, apenas no plano físico ou material. O ato de comprar gera tal compensação e corremos perigo de facilmente sermos contaminados com nosso próprio veneno.
Quem se deixa dominar pela luxúria acaba querendo cada vez mais, a qualquer custo, perdendo o controle e se distanciando do essencial.Quem se deixa dominar pela luxúria acaba querendo cada vez mais, a qualquer custo, perdendo o controle e se distanciando do essencial. A impulsividade e a obsessão em conquistar são bacanas para os negócios, desde que sejam na medida certa. Caso contrário, acaba-se perdendo amigos, clientes, carreiras e dinheiro, ao se deixar dominar por paixões ao invés da racionalidade. Se meu amigo tivesse sido racional e feito uma análise simples do retorno daquele gasto, festejaria do mesmo jeito, só que com mais grana no bolso.
Renato Romeo
Sócio-Fundador
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