Recentemente,
me deparei com a postagem de uma ex-aluna da SaleSolution na internet, dizendo
que “amava demais o dinheiro”. Várias
pessoas deixaram seus likes, loves e comentários de “eu também”. Outros estranharam e até
perguntaram se o perfil dela havia sido hackeado. Parece que a intenção era gerar
polêmica para divulgar algum tipo de trabalho com o objetivo de desconstruir e
reprogramar “crenças arraigadas” que
afastariam as pessoas do dinheiro.
Pensei
em dedilhar minha opinião, mas fiquei na minha. Essencialmente, acredito que declarar
o amor ao dinheiro com o intuito de atraí-lo é um exemplo claro de inversão de causa e consequência. Tudo
neste universo é energia e se o dinheiro está contido nele, é também energia.
Mas é apenas energia potencial. Usamos
esta energia para viver, transformando-a conforme nossas necessidades e
desejos.
Acontece
que este nosso mundo é caótico e nos induz a termos crenças errôneas, sobre nós, nossa realidade, nossas necessidades e
nossos desejos. Tais crenças impactam nossas intenções, pensamentos, sentimentos e ações. Não, o dinheiro não é fruto do pecado, algo que devemos ter
nojo, nem tampouco sujo – sua origem ou o
próprio papel moeda podem ser e por isso se deve ensinar às crianças a serem
honestas e a lavarem as mãos depois de lidar com ele.
Contudo,
declarar amor a ele também não irá resolver a situação de ninguém. Pensar que cunhar
um pensamento de amor ao dinheiro para assim obtê-lo é trocar causa e
consequência, invertendo-se a Lei de Newton.
Consciência próspera
O
fato é que não adianta você ter mente positiva. Ir para a cama à noite ou reservar
algum momento do dia para ficar sentado e quieto, de olhos fechados,
mentalizando que se ama o dinheiro. Repetir algo como “vem pra mim dinheiro”... “eu
adoro o dinheiro” ou qualquer outra frase desse naipe, infelizmente, não
trará sucesso a ninguém. É bobagem. Só não digo que é total perda de tempo, pois
ficar parado alguns minutos vai lhe render algum descanso. Mas apenas isso.
Dinheiro
não é a mesma coisa que prosperidade. Prosperar é progredir. É ir para frente.
É evoluir. Prosperidade é fartura. É felicidade. É abundância. E tudo isso não
está relacionado a dinheiro. Existem pessoas que não conseguem viver bem, mesmo
tendo um montão dele. Acontece que temos
a ideia errada de que quem tem acúmulo de dinheiro é próspero. A
prosperidade é energia que flui, agrega e atrai coisas boas para a sua vida.
Entenda
que a abundância que advém da
prosperidade não é a mesma coisa que acúmulo. O acumulador é aquele que
represa aquilo que deveria estar em fluxo. De que adianta ter mais de 50
milhões escondidos em um apartamento? Será que estamos falando de um sujeito próspero
e feliz? Ou adquirir casas, apartamentos, sítios, contas no exterior, carros e
mais carros à custa do sofrimento de milhões de pessoas?
Para
se adquirir uma consciência próspera, uma vez que dinheiro é energia potencial,
devemos pensar também nas qualidades da
energia contida nele: ela é boa ou ruim? A energia que vem da fraude seria como
a energia potencial contida na água que cai do topo de uma cachoeira ou como a
energia química armazenada em uma bomba? O acúmulo não é prosperidade. Veja,
não estou falando aqui das reservas inteligentes que devemos manter para tempos
difíceis. Estas vêm da prudência. Estou falando da energia gerada e armazenada
pela ganância e avareza. Estou falando da acumulação compulsiva que é impulsionada
pelo consumismo desenfreado a que somos expostos, vivenciado todos os dias.
Somos
impulsionados a ter, a consumir, a aparentar para nos sentirmos felizes. E para
tudo isso é necessário ter dinheiro, que acaba se tornando sinônimo de
felicidade – inclusive com pesquisas
indicando que quem tem mais dinheiro é mais feliz. Pura balela.
Mas de onde vem esta energia?
Como
se adquire dinheiro nesse mundo? Certamente não é amando o dito-cujo. Na
verdade, a própria palavra amor já cria um problema em nossa língua. Neste
sentido, os gregos eram realmente mais sábios, usando quatro palavras distintas
para designar o amor.
Havia
“eros” para o amor físico e sexual,
voltado à satisfação individual. “Phillia”
era usada para o amor ligado à amizade, à apreciação de uma atividade, à
lealdade e ao relacionamento caloroso, mas não sexual, com o outro. Quando se
tratava do amor relacionado ao carinho e ao afeto natural, por exemplo, entre
pais e filhos, era empregada a palavra “storge”.
E, finalmente, para o amor incondicional, de entrega, relacionado à caridade,
havia a palavra “ágape”.
Na verdade, para atrair o dinheiro, você não deve amá-lo. Deve simplesmente “amar”.
E não estou falando aqui de relações eróticas, nem amizades profundas, ou mesmo
do carinho e afeto para com o próximo. Amar
aqui é desenvolver o ágape, cultivando o amor incondicional e caridoso – e por favor, não confunda o conceito de
ágape com o de servir sopa aos necessitados, dar esmolas aos pobres, ou coisas
do gênero, pois isso é solidariedade
e não ágape. Certamente o buraco aqui é mais embaixo e cada um deve
procurar seu caminho para desenvolver tal virtude.
O
fato é que dinheiro é o resultado final, uma energia potencial que se origina em
nossas crenças e valores. Tais crenças
e valores, a todo o momento, moldam nossa consciência,
intenções e pensamentos. Por sua vez, aquilo que pensamos afeta nossas emoções, que, então, impactam e moldam nossos
comportamentos e relações com
amigos, colegas de trabalho, companheiros de vida e familiares. A prosperidade
real começa “de cima para baixo” e
não “de baixo para cima”. Amar o
dinheiro é subverter as relações de causa e consequência deste nosso mundão. O lado material da vida é consequência desse
conjunto de fatores que, por ironia, são totalmente imateriais.
Bancar
o esperto e tirar vantagem do outro é errado. Ser desonesto é errado. Faltar
com a verdade é errado. Furar fila é errado. Não devolver o troco errado é...
errado. Ser corrupto ou corruptor é errado. Comprar produtos piratas é errado.
Ser cliente do tráfico é errado. Estacionar em lugar proibido é errado. Sonegar
é errado – se não concorda com a carga
tributária de nosso país, engaje-se politicamente para que haja alguma mudança.
Dinheiro é energia potencial acumulada, é o ponto final de toda uma sequência
de causas e consequências. Se a energia acumulada no dinheiro não vier de um
fluxo bom, você poderá até ter dinheiro, mas nunca será próspero. Prosperidade resultada
de um estado de consciência, de nossas intenções e de nossos padrões
comportamentais.
Um exemplo prático
Tempos
atrás, minha mulher foi ter uma reunião de trabalho num hotel bacana no
interior de São Paulo. Ela mexe com reiki, aromaterapia, massoterapia,
artesanato religioso, este tipo de coisa. Costumo dizer que ela tem ligação
direta com o Cara do segundo andar. Em pouco tempo de observação, descobriu que
o pessoal de lá reutilizava os óleos usados nas massagens e que toalhas puídas
eram dobradas para disfarçar os rasgos. Os terapeutas faziam jornadas de dez
horas e eram proibidos de andar pelo hotel, tendo que ficar literalmente
escondidos em uma cozinha quando não estavam atendendo. Dos 180 reais que
cobravam por sessão, na época, apenas 30 eram repassados para quem atendia.
Voltou de lá arrepiada, jurando não voltar mais.
A prosperidade deve ser compartilhada! A origem da energia potencial contida no dinheiro define suas qualidades.

A
avareza ou ganância ataca muitos empresários, gestores de vendas e vendedores,
impedindo-os de serem prósperos, visto que são seres naturalmente com foco no
resultado. Já vi muitos com dó de pagar comissão para um vendedor por acharem
que ele está ganhando demais. Esse é um raciocínio curioso, pois o sujeito não
olha para o dinheiro que o vendedor trouxe — só para o que vai ter de pagar. Por outro lado, também há muito vendedor
ganancioso por aí, que para ganhar a comissão, ou algum prêmio, discute com os
colegas, mente ou empurra para o cliente um produto que não serve. Ou, então,
acelera e força a barra para fazer o cliente se decidir por fechar o negócio
logo, antes que mude de ideia. Resultado: o cliente não volta mais ou nem
compra nada. As intenções definem as
consequências de tudo na vida.

Que
a vida seja repleta de prosperidade e abundância para você e todos os seus!
Renato Romeo
Sócio-Fundador
SaleSolution Desenvolvimento de Vendas